Renascimento (ou Rebirthing) é uma técnica de respiração nascida no início dos anos 70 a partir de curiosos experimentos realizados por um homem chamado Leonard Orr.
Orr passava longos períodos em uma banheira cheia de água quente e observou que um padrão respiratório específico provocado por estas experiências o levava a entrar em contato com diversas sensações, emoções e memórias. Interessado em compreender estes fenômenos, continuou experimentando a respiração e por muitos anos se dedicou a aprimorá-la junto a profissionais das áreas de humanas e biomédicas. A prática se popularizou e ganhou adeptos em todo o mundo. Com base nesta respiração específica foram desenvolvidas diversas propostas de atividades, a maioria de cunho terapêutico.
A base do Renascimento é a respiração conectada, consciente e relaxada. Isso significa que durante a prática respira-se relaxadamente – pelo nariz ou pela boca – e sem intervalos entre a inspiração e a expiração, dedicando toda a atenção e a intensão ao ato de respirar e às sensações que surgem a cada instante. Esta técnica é chamada também de respiração circular porque sustenta o corpo no movimento cíclico do inspirar e expirar.
O Renascimento é uma prática terapêutica e meditativa que promove estados de consciência expandida. É também uma maneira de perceber conscientemente os processos respiratórios e uma ferramenta poderosa para o autoconhecimento.
O propósito do trabalho é promover a oportunidade de reaprender a respirar através da própria respiração, tornando-a cada vez mais plena, fluida e relaxada. Durante este processo de aprendizagem, diversos padrões são evidenciados e desconstruídos, memórias são revisitadas, emoções são despertadas e qualquer coisa que tenha sido reprimida em algum momento pode vir à tona criando uma oportunidade para a integração. É uma grande faxina interna, pois reaprender a respirar é reaprender a ser e estar no mundo.
Os efeitos imediatos mais frequentemente relatados durante uma sessão de Renascimento são sensações físicas como dormência, formigamento, tensão ou relaxamento profundo, contato com memórias, emoções e sentimentos, avivamento da percepção, expansão da consciência e sentimentos de amor e gratidão. Após a sessão são comuns as sensações de relaxamento, serenidade emocional, mais presença, leveza e respiração mais “solta”.
Os efeitos a longo prazo são inúmeros. Esta maneira de respirar dispensa uma grande quantidade de toxinas e estimula os processos de autorrregulação do corpo, equilibrando o sistema como um todo. A prática frequente leva a uma considerável melhora no sistema imunológico, endócrino, respiratório e circulatório, proporcionando mais vitalidade e disposição para lidar com desafios.
O padrão respiratório daqueles que se dispõem a prática continuada se altera bastante – é um processo de transformação da maneira de respirar. Através da transformação da respiração, padrões nocivos de comportamento e pensamento também se transformam, medos e traumas são liberados, desenvolve-se uma melhor qualidade de presença no dia a dia e de entrega às experiências de vida, maior capacidade de concentração e equilíbrio emocional. A experiência de observar-se respirando – se conhecer respirando – tece uma sincera conexão com a autenticidade individual e com a voz interior, estimula a aceitação de si mesmo e a identificação das qualidades pessoais. Com o desenvolvimento de uma respiração mais relaxada há uma redução do estresse e o reconhecimento de um novo registro de relaxamento, o registro respiratório.
Uma sessão de Renascimento pode ser uma experiência mais ou menos intensa. Isso depende da proposta do trabalho e, principalmente, da disposição de quem respira e do que este individuo necessita que seja integrado. Não existe certo ou errado neste contexto, cada corpo tem sua própria sabedoria e a respiração apenas dá suporte para o fluxo das informações. Cada experiência é única.